sexta-feira, 11 de setembro de 2009

As costureiras do bairro




As máquinas de costura

Por Alexandra Prado Coelho

Há máquinas de costura da Singer muito antigas, decoradas a dourado com imagens da Esfinge, e outras mais novas de plástico branco e sem desenhos de terras distantes, que ocupam todo o espaço livre, até ao tecto, desta pequena loja no nº 59 da Rua dos Cavaleiros. Paulo Sousa é hoje o gerente do estabelecimento do seu padrinho, numa rua onde já chegaram a existir cinco lojas do género e onde hoje sobrevivem apenas duas. Quando a casa abriu, há 66 anos, "havia muitas costureiras aqui", conta Paulo, que aos 17 anos já trabalhava nesta área. Agora há máquinas destas que são peças de colecção e outras que, mesmo velhinhas, ainda vão servindo para pequenos arranjos. Mas já não será fácil encontrar personagens como a da costureira cuja lenda Madalena Victorino está agora a contar: seduzida por um menino de família, a costureira foi abandonada, tuberculosa, num quarto miserável e sempre que ouvimos um cano a fazer barulho nas nossas casas é a pobre costureira a tossir no meio da sua infelicidade.
Há festa no bairro mais multicultural de Lisboa

Esta notícia fez-me lembrar a minha Avó, que usou activamente uma PFAFF a sua vida inteira. É que estes maravilhosos objectos eram feitos (e muitos ainda o são) para durar. Máquina semi-industrial. Orgulho das costureiras.



Costura que é um gosto, pois eu também já a experimentei.
Um dia destes ainda hei-de fazer umas bainhas numa destas:



Se calhar até poderei ter sorte na loja do Sr. Paulo Sousa. Caso visite, coloco fotografias.
Embora saiba que a Singer tem autênticas obras feitas a este nível, esta coisa com a PFAFF vem de família. Vá-se lá explicar...

4 comentários:

Carolina Mustur disse...

obrigada pelo elogio (é isso que dá vontade pra continuar)!
adorei este seu post, tenho também em minha casa uma singer que foi da minha avó mas é de pedal. O que eu me divertia, e os desastres que aconteciam às custas das traquinices com o pedal e a agulha a 100 à hora. eh eh eh

Não tenho experiência alguma com ela, mas quando a trouxer de novo à vida quero aventurar-me a fazer um quilt. ora vamos lá ver como me saiu :)

força com a continuação deste blog!!

Luisa disse...

Belo "post"

Tenho em casa uma Oliva, ainda funciona!

Luisa

Ti Maria Benta disse...

Carolina, muito obrigada pelo seu comentário! Pois é, cuidado com esse pedal, há que ter muita sensibilidade para não fugir e não acontecer uma desgraça.
Nada que um bocadinho de treino não resolva, embora fazer um quilt deva ser bem mais difícil do que parece!

Ti Maria Benta disse...

Muito obrigada pelo seu comentário Luísa, volte sempre!
As Oliva, também são bem conhecidas, com desenho parecido com as Singer e PFAFF antigas.