terça-feira, 6 de outubro de 2009

Vácuo

É inevitável abraçar o fim, a redoma de silêncio, o enclausuramento da alma.
Inevitável perseguir essa inquietação, ou que ela nos persiga, ou que de nós se alimente, ou que com o nosso riso brinque, o nosso estar e a nossa Presença aflija.
No meio da movimentação daquele espaço, sentia-se só, absorvida, esquecida. O que permanecerá na mesma?, pensou. Rodeada daquilo que uma vez foi, uma vez deixou recordações. O cheiro a morte, a infância, a solidão, o sono. Encontrou uma referência no tempo, que a torna, a custo, presente. Clausura no passado e pena do futuro. Quantas expectativas, intenções, desejos?Quanta vontade de ser vaga e quase nula, intrincada no próprio delírio. Foi uma encarnação noutro corpo e noutra alma; qual será aquela que tomba de vez com toda a nulidade do sentido... e do sentir?

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